'Novo' Luka Doncic, destaques, favoritos e as zebras das loucuras de março: o GUIA completo do March Madness (2024)

O March Madness chegou! A pós-temporada do basquete universitário norte-americano volta a acontecer após dois anos de interrupção. Na temporada passada, a COVID-19 acabou com o torneio pouco antes dele iniciar.

Para celebrar mais uma edição do evento, o ESPN.com.br preparou um GUIA completo, com todas as informações necessárias das equipes, jogadores e do torneio em si para o fã de esporte não perder nada.

O March Madness tem transmissão AO VIVO nos canais ESPN e ESPN App a partir desta quinta-feira.

Mas para você que não sabe o que é o March Madness? O torneio (traduzindo literalmente - loucuras de março) são os playoffs do College, semelhante ao conceito de playoffs da NBA, mas de formato totalmente distinto. A competição acontece em forma de "mata", envolvendo 68 equipes (64 na tabela principal, quatro ficam de fora no First Four).

As equipes são ranqueadas em quatro regiões de 1 a 16, sendo os cabeças de chave de número menor as equipes de melhor qualidade. No entanto, nada impede que a número 1 perca para a número 16, o que deixa o March Madness literalmente uma loucura!

Tudo direto de Indianápolis e com o Final Four ( 3 de abril as semis e 5 de abril a grande decisão) ocorrendo no Lucas Oil Stadium, estádio do Indianapolis Colts, da NFL. Não perca nada!

Como Duke e Kentucky ficaram de fora?

Você deve estar olhando para a tabela do March Madness e se perguntando como Duke e Kentucky estão de fora do Torneio. Essa é uma pergunta bem correta. As duas equipes não ficavam de fora, juntas, da pós-temporada desde 1975-76. Isso mesmo! 1975-76.

Mas a escolha por elas fora em 2021 é totalmente justa. Kentucky teve uma das piores campanhas da sua história no basquete. Foram apenas nove vitórias e incríveis 16 derrotas, incluindo algumas acachapantes contra Richmond, por exemplo. BJ Boston, calouro que saiu com muita repercussão do ensino médio, não conseguiu mostrar trabalho e decepcionou. Terrence Clarke, outro calouro badalado, atuou apenas oito jogos e teve de abandonar a temporada, por conta de lesão.

Ficou tudo nas costas de Davion Mintz, armador transferido de Creighton e que demorou muito para ser alçado ao posto de titular. Já Duke teve números um pouco melhores.13 vitórias em 24 partidas. A semelhança entre os dois é que ambos tiveram um calouro que decepcionou. Boston pela lado dos Wildcats e Jalen Johnson por Duke.

O ala-pivô, tratado antes da temporada iniciar, como possível escolha Top 5 do próximo Draft da NBA, foi bem abaixo das expectativas e apenas após 13 partidas deixou a universidade para focar no recrutamento da NBA. Se teve alguém que se salvou na equipe do Coach K foi Matthew Hurt. O ala-pivô sophom*ore (segundo-anista) teve mais de 18 pontos de média e salvou os Blue Devils em várias partidas.

Duke e Kentucky, agora, só em 2022!

Jogadores para ficar de olho

Cade Cunningham (Oklahoma State)

Armador - 2,03 metros - 99 kg
Médias: 20,2 pontos, 6,3 rebotes, 3,6 assistências, 1,4 roubo

O melhor jogador do próximo draft da NBA, Cade é o pacote completo. Armador alto, controla muito bem o ritmo do jogo e mostra muita maturidade e inteligência desde já. Poucas vezes vimos um atleta universitário que tome tão poucas decisões erradas como ele. Cunningham consegue pontuar perto da cesta, de média distância e arremessando dos três pontos. Em Oklahoma State, seu número de assistências não é tão alto, mas quando ele virar profissional sua visão de jogo será mais aproveitada. Para Mike Schmitz, analista da ESPN, Cade pode ser o "novo" Luka Doncic. Para se consolidar como a primeira escolha do draft, tudo que ele precisa é um bom March Madness.

Jalen Suggs (Gonzaga)

Armador - 1,93 metro - 92 kg
Médias: 14,3 pontos, 5,5 rebotes, 4,5 assistências, 2 roubos

O armador de Gonzaga é o melhor jogador do melhor time universitário dos EUA. Suggs é um armador com a cara da NBA. Rápido e forte, é um constante perigo no ataque e ainda apresenta ótima defesa. Suas médias podem não chamar muita atenção, mas muito disso é pela quantidade de talento que existe em seu time. Outra coisa que chama muita atenção é sua liderança dentro de quadra, mostrando muito entendimento do jogo e maturidade.

Evan Mobley (USC)

Pivô - 2,13 metros - 95 kg
Médias: 16,8 pontos, 8,6 rebotes, 2,2 assistências, 3 tocos

É muito difícil imaginar um cenário no qual Mobley não seja uma das cinco primeiras escolhas do próximo draft da NBA. Dominante e ágil, o pivô consegue atacar a cesta de todos os jeitos ao redor e dentro do garrafão. Na defesa, mostra potencial de ser um grande protetor de aro. É possível dizer que, desde Anthony Davis, nenhum jogador de força consegue ser tão versátil e ter um teto tão alto quanto o astro de USC. Em muitos outros anos, ele seria a primeira escolha do draft.

Luka Garza (Iowa)

Ala pivô - 2,11 metros - 120 kg
Médias: 23,7 pontos, 8,8 rebotes, 1,8 assistência, 1,7 toco

Grande destaque do basquete universitário da temporada, Garza está em seu 4º ano e se colocou no radar da NBA com números incríveis, podendo ser uma escolha de segunda rodada. Muito bom atacando perto da cesta e pegando rebotes, até mostra um caminho para se tornar um espaçador de quadra no futuro, melhorando seu arremesso longo. Durante a temporada, teve atuações de 41 pontos, 32 pontos e 17 rebotes, e só fez menos de 20 pontos em 10 das suas 29 partidas.

Ayo Dosunmu (Illinois)

Armador - 1,96 metro - 90 kg
Médias: 20,7 pontos, 6,3 rebotes, 5,3 assistências, 1,1 roubo

'O cara' de uma das melhores equipes da temporada, Ayo correu por fora e agora está se consolidando como um dos grandes nomes de seu ano. Muito ágil, tem um grande arsenal de movimentos para invadir o garrafão e pontuar. Seu arremesso já mostra claro sinais de evolução, o que faz dele um perigo tanto no 5 contra 5 quanto na transição. Um bom diferencial é sua capacidade de jogar naturalmente tanto com a bola como sem, se movimentando e recebendo para pontuar.

Favoritos

Gonzaga

A última vez em que o basquete universitário dos EUA teve um campeão invicto foi em 1976, há 45 anos. Desde Kentucky, em 2015, nenhum outro time chegava ao mata-mata invicto. Melhor time do país e favorito a conquistar o March Madness, os 'Zags' têm 26 vitórias (25 por mais de 10 pontos de vantagem) e nenhuma derrota até o momento na temporada. É a equipe mais pronta e coesa do torneio. Liderados por Jalen Suggs, provável escolha de top 5 do próximo draft da NBA, o time conta com muitas opções, sempre vendo boas partidas de Corey Kispert, Drew Timme e Joel Ayayi.

Baylor

Com apenas duas derrotas na temporada, para Kansas e Oklahoma State, Baylor chega muito forte para o torneio. Em uma conferência muito difícil, conseguiram 18 vitória seguidas e esperam chegar, no mínimo, no Final Four. Liderados por um trio muito consistente de veteranos (Jared Butler, MaCio Teague e Davion Mitchell), lideram o país em cestas de três. Falta experiência em grandes jogos, mas é uma equipe confiável.

Houston

Mesmo perdendo seu cestinha da última temporada, Caleb Mills, Houston é uma ameaça real para qualquer time. Com a melhor defesa dos EUA, seguram seus adversários para apenas 58 pontos por jogo e 37,5% de aproveitamento nos arremessos. Quentin Grimes é o líder técnico dentro de quadra, com média de 18 pontos por jogo. Apesar de não terem muita consistência ofensiva, é um time muito difícil de ser batido - só foi três vezes na temporada.

Alabama

Sem passar da segunda rodada do torneio desde 2004, esse pode ser o ano de Alabama. Muito focados em um estilo de jogo rápido e de arremessos de três, eles ainda conseguem vencer mesmo quando o aproveitamento desses chutes está abaixo da média. Herb Jones foi eleito melhor jogador da conferência na temporada, e o fato da equipe não ter uma grande estrela é um de seus pontos mais fortes, contando com boa contribuição de ao menos cinco jogadores por partida.

Illinois

Se momento é um fator a se levar em conta, Illinois chega no torneio pegando fogo. Com apenas uma derrota nos últimos 15 jogos, a equipe mostrou que é capaz de ter sequências incríveis e vencer partidas em poucos minutos. O armador Ayo Dosunmu é forte candidato ao prêmio de jogador do ano, e Kofi co*ckburn um dos grandes pivôs universitários do momento, sendo uma força constante no garrafão com quase um duplo-duplo de média (17,6 pontos e 9,6 rebotes).

Correm por fora

Michigan

Os Wolverines surpreenderam até agora na temporada. No segundo ano de Juwan Howard, ex-jogador da NBA, a equipe fez excelente campanha na conferência Big Ten, liderando a tabela em um dos calendários mais complicados dos Estados Unidos. O problema para o March Madness será a ausência de Isaiah Livers, principal jogador do time. Lesionado, ele só poderá voltar em fases mais agudas competição. O calouro Hunter Dickinson é quem deverá ser a referência de Michigan, já que teve 14.2 pontos e 7.6 rebotes de média até agora.

Villanova

Villanova é sempre uma das favoritas, não importa a situação. Há duas semanas atrás, os Wildcats eram Top 5 do país, no entanto, a lesão de Collin Gillespie, armador titular e um dos grandes nomes do time, machucam qualquer projeção de título para Villanova. Não dá para se duvidar do excelente trabalho de Jay Wright, um dos melhores técnicos do país, mas a situação não é mais a mesma. Jeremiah Robinson-Earl, possível escolha de primeira rodada do Draft da NBA de 2021, é a referência dos Wildcats e, claro, o ataque, que é o 9º mais eficiente dos Estados Unidos na atual temporada.

Texas

Provavelmente, esse é o melhor time de Texas desde 2007, quando Kevin Durant era a principal estrela dos Longhorns. Com um trio de armadores de muito respeito em Matt Coleman, Andrew Jones e Courtney Ramey, espere bolas de 3 a todo o momento. O ponto principal para confiar em Texas será o garrafão. Jericho Sims e Kai Jones têm de ser mais regulares no March Madness. Se a equipe encaixar como mostrou no Torneio da Big 12, os Longhorns são fortes candidatos na briga pelo título.

Quem pode ser a "Cinderella" (zebra)?

Georgetown

Ninguém dava nada por Georgetown até o torneio da Big East. A única possibilidade de classificação dos Hoyas ao March Madness era se conquistassem o torneio da conferência. Dito e feito. Com uma campanha incrível saindo como cabeça de chave número 8 do torneio, os Hoyas eliminaram Villanova, Seton Hall e conquistaram o título sobre Creighton, todas equipes com mais qualidade. Será que a corrida quase inacreditável dos comandados do lendário Patrick Ewing continua?

Oregon State

O mesmo de Georgetown vale para Oregon State. Apesar da 5ª melhor campanha na Pac-12, poucos esperavam que os Beavers conquistassem a classificação ao March Madness via título conferencional. Tudo mudou após uma grande vitória sobre Oregon, no clássico local. Na final, triunfo sobre Colorado e vaga na pós-temporada. Vale ficar de olho em Ethan Thompson, cestinha do time com 15.3 pontos por jogo.

St Bonaventure

A conferência Atlantic-10 foi uma grata surpresa na temporada. Com fortes equipes nela, St Bonaventure se sobressaiu. O favoritismo de Saint Louis não se concretizou e os Bonnies conseguiram uma importante vitória sobre VCU na decisão para carimbar a vaga. Com apenas quatro derrotas até agora, St Bonaventure aposta na experiência dos seus atletas para ir longe. Os cinco titulares são juniors (terceiro ano de faculdade) e no March Madness isso conta muito!

Loyola-Chicago

Quem não se lembra da incrível história de sucesso de Loyola-Chicago em 2018? Com uma corrida incrível, os Ramblers chegaram até o Final Four na ocasião. A equipe não é mais a mesma, mas Cameron Krutwig, principal jogador do time, é remanescente do histórico time e deve liderar Loyola na pós-temporada. Ah, e claro, Sister Jean, icônica senhora de 101 anos que virou símbolo daquela edição, estará presente em Indianápolis para o Torneio.

San Diego State

Dos times que são candidatos a "Cinderella", San Diego State provavelmente é o melhor. Os Aztecs já fizeram confrontos duros contra ótimas equipes na temporada e venceram a conferência Mountain West com folga. Com Kawhi Leonard na torcida, vale ficar de olho em Matt Mitchell (15.4 pontos de média) e Jordan Schakel (mais de 46% na bola de 3).

Ohio

Tudo de Ohio se resumo a Jason Preston. O armador que não tinha recebido nenhuma bolsa de estudos para jogar na divisão I da NCAA está tendo uma temporada sensacional e lidera os Bobcats em pontos, assistências e roubos de bola por jogo. Espere ouvir muito deste armador ainda. Vencer Virginia logo de cara parece complicado, mas não impossível para Preston e companhia.

UC Santa Barbara

A equipe de Califórnia montou o elenco basicamente com jogadores transferidos de universidades mais "conhecidas" do College e essa experiência tem feito a diferença. Os Gauchos (isso mesmo!) conquistaram a Big West com folga e tem em JaQuori McLaughlin, ex-jogador de Oregon State, a principal referência. O armador tem 16.2 pontos e 5.2 assistências de média.